domingo, 14 de março de 2010

Revista de Ciências da Educação - N.º 3 - Maio/Agosto 2007


Rentabilizar a Internet no Ensino básico e Secundário: dos Recursos e Ferramentas Online aos LMS

Os termos Internet e WWW (World Wide Web) enraizaram-se no vocabulário e na vivência de cada cidadão.
A World Wide Web foi concebida com o intuito de ser um repositório do conhecimento humano, constituindo-se como espaço de partilha que cresce a um ritmo não imaginado.
É importante preparar as gerações para esta nova forma de estar.

O professor tem um novo papel a desempenhar: o de facilitador da aprendizagem. A Internet e os seus serviços devem ser usados como meio para aprender, individual e colaborativamente.
O número de sites e páginas na Web cresce diariamente. O conhecimento que se vai construindo duplica de 18 em 18 meses.

O´Reilley (2005) propôs o conceito de Web 2.0. A Web é vista como uma plataforma em que tudo está acessível. As pessoas deixam de precisar de ter o software no seu computador porque tudo está disponível online, facilitando a edição e publicação imediatas.
 
Com o conhecimento na Internet surgem três pilares: direitos de autor e plágio, desenvolvimento de capacidades e de competências para colaboração efectiva e a avaliação do aluno.
Siemens (2005) propõe uma teoria de aprendizagem para a era digital: o conectivismo.
Ele considera oito princípios do conectivismo:

  1. a aprendizagem e o conhecimento baseiam-se na diversidade de opiniões;

  2. a aprendizagem é um processo de conexão de nós especializados ou fontes de informação;

  3. a aprendizagem pode estar em aplicativos não humanos;

  4. a capacidade para conhecer mais é mais crítica do que é conhecido;

  5. criar e manter conexões é necessário para facilitar uma aprendizagem contínua;

  6. a capacidade para identificar conexões entre áreas, ideias e conceitos é crucial;

  7. actualização é a intenção de todas as actividades de aprendizagem conectivistas;

  8. a tomada de decisão é em si um processo de aprendizagem: escolher o que aprender e prever as consequências da nova informação no real que vai ser alterado (idem).
Hoje em dia, tudo, ou quase tudo, está na Web. Albion e Maddux (2007) referem que o desafio está, agora, sobretudo na selecção da informação.

Têm surgido actividades, como a Caça ao Tesouro e a WebQuest, que tiram partido dos recursos da Web, disponibilizando apontadores para os sites e orientando os alunos nas etapas a seguir.

A Caça ao Tesouro apresenta uma introdução temática, questões várias sobre a temática, apresentando apontadores para sites e termina com uma questão final aglutinadora de todas as questões colocadas.
A WebQuest é mais complexa e constituída por cinco componentes:

  1. introdução;

  2. tarefa;

  3. processo;

  4. avaliação;

  5. conclusão.
O objectivo da WebQuest é tirar partido dos recursos existentes online e motivar os professores a usar a tecnologia.
 Actividades como a WebQuest, a Caça ao Tesouro, entre outras, assentam no trabalho em grupo, implicando a interacção entre os alunos, a negociação da aprendizagem em curso, a responsabilização pelo trabalho a realizar.

Com as ferramentas da Web 2.0, a facilidade de publicação é uma realidade, permitindo ao professor, colegas e aos encarregados de educação acompanhar os trabalhos realizados.
Ao levar os alunos a utilizarem as ferramentas gratuitas e de fácil publicação existentes na Web está-se a contribuir para o desenvolvimento e preparação de cidadãos aptos para a sociedade da informação e do conhecimento.

Os LMS são plataformas de apoio à aprendizagem e surgiram para dar apoio à formação a distância online. Estas plataformas facilitam a disponibilização de recursos em diferentes formatos como texto, vídeo e aúdio, apontando para sites, avisos aos alunos, interacção professor-alunos através de ferramentas de comunicação, ferramentas de apoio à aprendizagem colaborativa e registo das actividades realizadas pelos alunos.

Facilidade em usar...

Porque usar uma plataforma quando se pode agregar num site apontadores para diferentes ferramentas que o próprio docente pode escolher?
A resposta prende-se com o facto de que é mais fácil usar uma plataforma, na qual já existem várias ferramentas, do que criar um site e disponibilizar os apontadores para as diferentes ferramentas. Existem duas grandes limitações no uso de uma plataforma: por um lado, as funcionalidades específicas de cada plataforma, por outro lado, as funcionalidades que o administrador do sistema definiu como pertinentes e que podem ser limitativas para o professor.

Privacidade e Segurança na Internet...

A Privacidade e Segurança ficam garantidas com a plataforma. No entanto, como é um espaço protegido, é perdido o contacto com outros interlocutores.

E o Futuro?

O futuro está em aberto. Tudo depende das opções feitas ou a fazer, da necessidade sentida por cada um de alterar as práticas.
 

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